domingo, 31 de maio de 2009

O Rei do gatilho


Mário Sérgio Pontes de Paiva foi, sem dúvida, um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro.

Conhecido também como Vesgo, visto a sua capacidade de olhar para um canto do campo e tocar a bola para o outro lado, o que enlouquecia os seus marcadores, Mário Sérgio foi um verdadeiro andarilho da bola. Jogou nos estados da Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, sendo ídolo em praticamente todos os clubes pelas quais passou. Destaque seja dado para as passagens por Fluminense, a máquina tricolor de 1975; o Internacional, campeão brasileiro invicto em 1979; o São Paulo, bi-campeão paulista em 1981 e, por fim, o Grêmio, campeão mundial em 1983.

Vemos, então, que Mário só jogou ao lado de feras, indo de Rivelino até o então novato Renato Gaúcho. Logicamente, que também acabou vestindo a camisa amarelinha e marcando época, num tempo em que craques sobravam no futebol brasileiro.

Em entrevista ao jornalista Benjamim Back, Mário Sérgio ocultou um episódio bastante curioso: a falsificação do seu doping em 1984, onde foi utilizada uma outra urina que não a dele, devido ao fato de o atleta ter ingerido remédios que curassem a ressaca após uma noitada daquelas......

Encerrada a carreira, Mário Sérgio partiu para a carreira de treinador e, em seguida, passou a trabalhar na imprensa como comentarista na TV Bandeirantes e logo destilou todo a sua verve sem poupar ninguém. Inclusive, o então craque, e ídolo maior da nação corintiana, Neto.

No ano em que o Timão conquistou o seu primeiro título brasileiro, em 1990, eis a frase de Mário Sérgio a respeito do Neto: "O Corinthians foi campeão brasileiro sem o Neto em campo".

Sem dúvida, um exagero e um absurdo. Neto foi o principal nome que levou o Corinthians à conquista daquele nacional, onde o alvinegro tinha um elenco tecnicamente fraco e limitado.

Talvez, o comentário de Mário Sérgio quisesse atacar o estrelismo de Neto e a falta de disciplina do então atleta que, como todos sabemos, acabou por encurtar a carreira do eterno xodó da fiel....

Até que em 1993, nos corredores da Bandeirantes, dois dirigentes corinthianos convidam Mário a substituir Nelsinho Batista no comando técnico do Timão. Neto que, à época, não repetia mais os seus melhores desempenhos, acabou saindo da equipe, indo jogar no Milonários da Colômbia, e o Timão, contratando uma série de jogadores do Mogi Mirim, acabou montando um time competitivo que naquele nacional perdeu uma única partida e ficou em 3º lugar na classificação final.

16 anos se passaram e Mário se alternou nesse tempo nas funções de comentarista, dirigente e treinador sendo que nesse último, jamais conseguiu um único título, infelizmente.

Mário Sérgio. O Rei do gatilho que com a sua metralhadora verbal alfineta, cutuca e escancara os equívocos do futebol brasileiro.

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