sábado, 23 de maio de 2009

Empresários e futebol

Futebol é negócio. E ponto final.

Por mais que possa parecer exagerada essa afirmação, ela também pode soar como óbvia e até redundante.

Explico: todas as relações que se dão nos bastidores dos clubes brasileiros são norteados por interesses, onde são desconsiderados valores e opiniões dos responsáveis pelo espetáculo: os jogadores. O torcedor? Bem, esse pouco é lembrado. A não ser se for necessário uma maior bilheteria para encher os cofres já tão vazios das nossas equipes.

A partir do momento em que tivemos uma revolução na questão do passe, tirando dos clubes o domínio sobre os jogadores, dando-lhes uma maior autonomia e "liberdade", vemos que, como toda novidade implantada no Brasil, essa nova possibilidade foi deturpada e hoje nossos craques estão nas mãos dos empresários.


Empresários voltados para seus próprios interesses e que enxergam o seu agenciado não como um ser humano, que tem sonhos, desejos, receios e medos, mas, sim como moeda de troca e fonte de lucro.

Wagner Ribeiro é o nome mais destacado dentre os empresários atuais. Usurpador e oportunista o referido empresário já agenciou grandes craques como Robinho e Kaká e hoje começa a investir nas novas promessas do futebol paulista. Os garotos Lulinha e Neymar hoje são a bola da vez.

Lulinha era o garoto promessa do ano de 2007. Wagner Ribeiro, também chamado de Wagner dinheiro, pressionou Leão, então técnico do alvinegro paulista, a elevar Lulinha ao time principal o que aconteceu, mas porém, os resultados não vieram sendo que Lulinha não se destacou, e a equipe mosqueteira foi rebaixado para a segunda divisão.

Há muito Lulinha não é aproveitado e ninguém nas cercanias do Parque São Jorge acredita que o garoto possa despontar ainda no Timão.

O que aconteceu para a queda de produção?

Super-exposição, elevada expectativa, e, sobretudo, precocidade.

Lulinha deveria ter tido mais tempo junto às categorias de base, antes de subir em definitivo para o profissional. Diferente de Dentinho que se firmou, Lulinha não consegue mais se desenvolver e está à margem dentro da equipe podendo estar prestes a despontar para o anonimato.

O menino Neymar é praticamenta a mesma situação. Super exposto, o garoto começa a ter problemas graves ao encarar a grande pressão feita pela torcida santista. Mancini, homem de bom senso, já sacou a jovem promessa do time principal, afim de preservá-lo.

A super-exposição e a precocidade com que jovens promessas são elevados às categorias profissionais, nem sempre resulta em bons rendimentos. Nem todos os meninos são Ronaldo Fenômeno e possuem, com 17 anos, a maturidade necessária para jogarem no exterior.

Enquanto isso acontecer, estaremos perdendo grandes promessas e enterrando promissores craques tudo em nome de interesses daqueles que jamais entraram/entrarão em campo para arriscar as canelas nem menos desfilar seus talentos para o deleite do financiador do espetáculo: o torcedor.


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