domingo, 31 de maio de 2009

Neto, o eterno xodó


José Ferreira Neto, o Neto.

Hoje, famoso como comentarista de rádio e TV. Ontem, o craque polêmico, o jogador indisciplinado, enfim, um ídolo que encantou a fiel torcida corinthiana no começo dos anos 90.

Este missivista é fã do ex-meia. Neto era um símbolo para todo menino que acompanhava o Corinthians no começo dos anos de 1990. Porém, noto alguns equívocos e omissões na reconstituição da sua carreira de jogador e como a mesma é passada pela Bandeirantes afim de criar o mito do craque Neto.

Neto foi craque, porém, poderia ter ido mais longe na carreira. O marco e tragédia de sua carreira foi o brasileiro de 1990. Conquista histórica e importante a qual Neto se agarra com unhas e dentes e o glorifica há quase 20 anos. Ainda jogador Neto glorificava às alturas a conquista de 1990 e já se sentia um mito. Esse foi um grande erro. O passado é uma glória que nós não devemos ficar carregando como um amuleto. Ele será um orgulho maior para nós na medida em que novas conquistas forem ocorrendo. O que não aconteceu a Neto.

Estrela maior, ídolo, Neto fez o que quiz (literalmente) no Corinthians entre 1991 e 1993. Cuspiu na cara de um juiz, cuspiu no rosto de companheiros de equipe, derrubou treinador e contratou o sucessor do demitido, saia das partidas após achar que já tinha feito muito, enfim....e isso com menos de 30 anos de idade!

Isso sem mencionar a sua enorme falta de disciplina para com o seu físico fazendo-o ficar acima do peso muitas e muitas vezes. Neto brilhou, fez, aconteceu e, como tiramos da vida aquilo que colocamos nela, nem mais, nem menos, vimos a sua carreira, a partir de 1993, declinar mais e mais em direção ao abismo do ostracismo e do esquecimento jogando em equipes medíocres como o Matsubara do Paraná, e o então promissor Paulista de Jundiaí, à época chamado de Etti Jundiaí. Resultado? Com 33 anos, em 1999, Neto pendurou as chuteiras.

Desde então, se tornou comentarista de TV e vem se consolidando nessa profissão. Detalhe: Neto escreveu durante 4 anos no Estadão às segundas, porém, a coluna sempre contou com a colaboração de Renato Nalesso, que, ao lado de Fabrício Bosio, escreveu a biografia do ex-meia, um livro feito às pressas e de pouco cuidado chamado Eterno Xodó: a verdadeira história de Neto o mais irreverente e polêmico craque do futebol brasileiro. O curioso é que a redação de Neto é sofrível, por isso que Nalesso era mencionado como sendo colaborador da coluna, provavelmente, revisando os textos. Agora, o mais curioso, é quando olhamos o prefácio escrito por Neto no livro que retrata a trajetória do Timão na série B em 2008 e vemos um português impecável. Estranho.....
Muita coisa é escondida, outras são enaltecidas demais, e, ano que vem, quando o Timão completa 100 anos e o título de 1990, faz 20 anos, preparem-se: não se saberá o que será mais comemorado.
Mas isso é Corinthians, não? Um título é motivo de tamanha alegria que um atleta de trajetória mediana se torna um ídolo eterno. Por isso.... Salve o Corinthians!

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