sábado, 6 de dezembro de 2008

O dia em que o RJ ficou preto e branco



1976. Maracanã.

O Rio de Janeiro está prestes a testemunhar uma partida que entrará para a história como um marco no futebol tupiniquim.

O Corinthians, o time mais popular do Estado de São Paulo, e com uma torcida que ocupa a segunda colocação no país, perdendo apenas para a imensa torcida do Flamengo, ia ao Rio de Janeiro afim de conquistar uma vaga para a final do Brasileirão daquele ano.

O Fluminense, adversário do timão, era um time que brilhava os olhos. Um time que era um verdadeiro filme que desfilava aos olhos dos espectadores. Um máquina de fazer gols. A máquina tricolor.

O Fluminense subiu a campo favorito. O Corinthians sonhava. O Fluminense era bicampeão carioca. O Timão estava a 22 anos sem títulos sendo a sua última conquista o glorioso título do IV centenário da cidade São Paulo em 1954.

O curioso é que naquele dia de 1976..... o Rio ficou pequeno. Ao se olhar as arquibancadas do Estádio Mário Filho via-se uma arquibancada coberta pela torcida tricolor. E no outro extremo.....uma imensa torcida alvinegra. Exatamente 70 mil corintianos ocuparam o Maracanã e fizeram do maior estádio do mundo um ponto de esperança da vitória do alvinegro paulista.

Não há na história do campeonato brasileio um marcha de torcida interestadual tão grande como aquela que ocorreu no RJ em 1976.

Indiscutivelmente, o tricolor era superior. Liderado por Rivelino, o maior jogador da história do timão e que estava marcando época no Fluminense, tudo estava a favor dos cariocas.

Mas aí talvez esteja localizada um dos grandes trunfos do Corinthians: sua imensa torcida. Que se alegra, sofre, empolga, chora, e inclusive se sacrifica afim de vencer a distância e apoiar o seu time.

O Flu abriu o placar no Maraca. 1x0 .

Logo em seguida, uma chuva torrencial caiu sobre o Rio. E embaixo de muita água, de um gramado coberto de lama, a partida caminhou com o placar inalterado no segundo tempo até ocorrer um escanteio pelo lado esquerdo. Vaguinho cobra em direção a área e Ruço, numa meia bicicleta, empata a partida. O estádio veio abaixo com a explosão de fogos. A torcida corintiana foi ao delírio.
A partida acabou empatada no tempo normal e na prorrogação.

Nas cobranças de pênalti brilhou a estrela do goleiro Tobias, que defendeu dois pênaltis do tricolor. Coube a Zé Maria, lateral alvinegro, bater o último penal e pôr números finais a partida. 5x3 Corinthias. O Timão foi a final.

O título não veio naquele ano. O Internacional de Porto Alegre era um outro time de gigantes e acabou levantando o caneco.

Mas, provavelmente, a partida do Maracanã foi um aviso, um presságio de que o título que colocaria um fim a fila estava próximo.
Mas a invasão é algo maior do que qualquer título. É um marco histórico do amor, da fé e da esperança da fiel torcida que acompanha o Corinthians sempre independe de onde o time estiver.

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