sábado, 20 de setembro de 2008

Neco: corintiano, graças a Deus



Acabei de ler o livro do Antonio Roque Citadini que conta a história de Neco, o primeiro grande ídolo do Corinthians.

Citadini fez um trabalho de pesquisa exemplar. Encontramos fotos raras, concisão na análise da fundação do Sport Club Corinthians Paulista em 01/09/1910, mostrando a ascensão da várzea até,com muita resistência,.alcançar a elite do futebol paulista.

Paralelo aos fatos ligadas a vida de Neco e também do Corinthians, o autor faz um paralelo com fatos históricos importantes do Brasil como a Semana de Arte Moderna, a crise de gripe espanhola que assolou o eixo Rio-SP nos anos 20, a morte de Rui Barbosa e as transformações urbanas da cidade de São Paulo. Enfim, tudo que ocorreu de relevante no país no começo do século XX.

Neco foi um dos maiores nomes do Corinthians de todos os tempos e uma referência para todos que viram o nascimento do alvinegro. Além do Timão, Neco também marcou época na Seleção brasileira ao conquistar o torneio Sul-americano de 1919 ao lado de feras como Arthur Friendenreich, o El Tigre. Essa conquista, segundo nos fala o autor, é tão importante para a história do futebol brasileiro quanto as conquistas das cinco copas do mundo, visto que aquela representou a primeira conquista do nosso futebol frente a selecionados estrangeiros.

Pelo Corinthians, Neco marcou 238 gols entre 19/10/1913 a 31/8/1930, sendo assim o quarto maior artilheiro da história do clube tendo levantado 8 títulos paulistas, destacando-se dois tricampeonatos: 1922/23/24 e 1928/29/30. Esse belo personagem viveu a São Paulo do início do século XX e o futebol no auge da fase amadora, onde os atletas quase nada recebiam de remuneração e tinham que ter outros trabalhos para se manterem.

Há vários episódios curiosos envolvendo Neco e o Timão. Nos seus primeiros anos o Corinthians possuía poucos recursos para manter o aluguel da sua sede. A mesma acabou sendo lacrada e os bens do clube ficaram, provisoriamente, bloqueados. À noite, Neco e mais algumas pessoas, colocaram uma escada e subiram até a janela da sede com a finalidade de resgatarem de lá todo o patrimônio do clube. Sem contar que foi Neco quem forneceu a segunda bola de capotão a ser usada nos treinos do alvinegro nos anos 10.

Uma história de amor e dedicação marcam a trajetória de Manuel Nunes, o Neco. Seu nome e história estão imortalizados em um busto no Parque São Jorge e também na memória do futebol brasileiro.

Livro recomendado pela JorgeLuisPress.

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