quarta-feira, 23 de julho de 2008

Fenômeno: o fim??

Enquanto Ronaldinho Gaúcho volta a brilhar nas manchetes com assuntos ligados ao futebol, o seu xará carioca, desponta para as manchetes de fofoca. Há muitos fatores que podem justificar esse processo de decadência pela qual passa o maior jogador brasileiro dos últimos 20 anos.
Para este missivista, os anos 90, foram marcados por quatro gigantes nos gramados: Marcelinho Carioca e Edmundo atuando em gramados brazucas, e Ronaldo e Rivaldo brilhando nos gramados europeus .

Desses quatro, Ronaldo deve ser o destaque. Menino, já demonstrava grande habilidade, oportunimo e categoria para realizar arremates e finalizações.Descoberto pelo Tricampeão Jairzinho, Ronaldo logo saiu dos subúrbios do Rio de Janeiro para alcançar fama nacional no único campeonato brasileiro que disputou até hoje em sua carreira: o de 1993, onde foi considerado revelação do nacional daquele campeonato defendendo as cores celestes do Cruzeiro de Minas Gerais.

Bastou a disputa de um único campeonato brasileiro para que o menino logo fosse moeda valiosa para os clubes europeus.

Após o término da Copa de 1994, onde o mesmo foi campeão sem ter disputado uma única partida, Ronaldo deixa o Cruzeiro e se dirige para a Holanda, para defender as cores do PSV. Brilhando, não demorou para chamar a atenção dos centro mais lucrativos do futebol europeu: Espanha e Itália.

Jogando pelo Barcelona a partir de 1996, lá brilhou como poucos, quebrando recordes de artilharias e sendo considerado e premiado o melhor do mundo em 1997... aos 20 anos de idade!

Daí, Ronaldo ser diferenciado entre os jogadores de sua geração: tudo veio muito cedo em sua carreira, tudo foi muito precoce e antecipado. Revelação maior aos 16 anos; convocado para uma Copa do Mundo e campeão aos 17 anos; ídolo na Europa aos 18 e melhor do mundo aos 20.
Talvez, essa história ascendente comece a se complicar a partir de 1998, quando este era a grande sensação do mundial realizado naquele ano. Porém, as coisas não saíram como se esperavam.


Uma seleção desastrosa, um técnico autoritário e com métodos antiquados de trabalho e paparicação geral da imprensa, em muito nortearam o desempenho brasileiro no mundial que poderia ter sido o da conquista do nosso penta.

Porém, apesar dos pesares, o futebol brasileiro realmente é uma potência e isso o mundo reconhece e teme nos gramados (que bom se isso também se refletisse na politica...). Entre trancos e barrancos, o escrete canarinho chegou ao final do mundial para enfrentar os anfitriões da copa: a França.
Ainda hoje causa polêmica a convulsão que Ronaldo teve na concentração da Seleção no dia do jogo decisivo. Porém, é indiscutível que o seu fraco desempenho, dificultou a Seleção canarinho de conquistar um bom resultado frente a França, que conquistou o seu primeiro mundial sob a liderança do paladino Zinedine Zidane.
Terminado o Mundial, eis que Ronaldo volta aos gramados defendendo a Inter de Milão. Dali, mais martírio na carreira. Contundido no joelho, Ronaldo se machuca em uma arrancada em direção ao ataque do clube adversário e sofre uma lesão que o tira do futebol por pelo menos dois anos.


Nesse período, todos o consideravam como absolutamente acabado. Copa de 2002? Só um louco acreditaria que ele chegaria ao mundial da Coréia-Japão em condições físicas adequadas. Eis que Luis Felipe Scolari, visionário, crê no impossível. Duvidando dos consensos, Felipão aposta em Ronaldo e o convoca para o Mundial. Quem diria.....






Artilheiro da Copa, e sendo responsável pelos dois gols que levaram o país a conquista do seu pentacampeonato, Ronaldo, novamente, está de volta ao topo do futebol mundial.


Conquista que ele alcança... aos 25 anos de idade!


Ora, vemos que nos 10 primeiros anos da carreira (1993-2003) tudo que um jogador sonha em conquista na carreira, Ronaldo conquistou: fama, mulheres, dinheiro, glórias, títulos e muito reconhecimento.
Depois da saída da Itália, e a transferência para o galático time do Real Madrid, os títulos escassearam e Ronaldo foi tomado pela síndrome de Maradona cuja máxima é: "meu talento supera a minha preguiça...."


O El Pib d'oro, maior craque argentino de todos os tempos, bem conseguiu levar a Argentina nas costas na conquista da Copa de 86 e ao vice-campeonato em 1990, porém naufragou no doping em 1994 e encerrou a carreira dali a três anos após duas décadas de profundos exageros com álcool e drogas.

Ronaldo acaba indo para a mesma direção só que no auge da vida adulta. Eis, senhores, um dos males da precocidade: ao conquistar tudo muito cedo, o precoce acaba "amolecendo" no momento em que deveria querer mais conquistas na carreira. Principalmente, quando falamos de futebol, onde a carreira é por demais curta e o jogador passa por uma grave crise existencial quando o coro da torcida, os autógrafos e os holofotes cessam sobre a sua imagem.

Como diz Paulo Roberto Falcão:" jogador de futebol morre duas vezes. A primeira, quando pára de jogar. " E Ronaldo...parou! Talvez isso justifique a sua despreocupação com a forma física e a forma despreocupada com a qual desfila pelas praias espanholas enquanto recupera-se de lesão.

Senhores, tudo na vida é uma soma de ações e reações. O fruto de um intenso trabalho, é a conquista. O fruto da preguiça e da mentira é a frustração e a amargura. Não são poucos os que ao viverem com as glórias do passado, acabam no ostracismo e destroem-se a si mesmos no vício, na jogatina e tornam-se verdadeiros zumbis ambulantes, sendo sobreviventes de si mesmos.

De 2007 a 2008, tudo foi inacabado na carreira do craque. Excluído dos planos de Dunga na Seleção, jogando partidas irregulares pelo Milan, marcando gols esporádicos, mas que poderiam ser a marca de um retorno do fenômeno, na verdade estavam apontando para uma provável decadência. Algo que pode ser evitado? Sim, sem dúvida! Porém, envolverá uma enorme garra, energia e vontade. Enfim, algo que só pode ser chamado de..... fenômeno!








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