sábado, 29 de novembro de 2008

O Timão voltou


Dezembro de 2007. Em pleno Estádio Olímpico, em Porto Alegre, o Corinthians empata a partida contra o Grêmio e sela a sua sina: o rebaixamento para a série B do campeonato brasileiro de 2008.
Uma marca obscura na história alvinegra. Naquele dia, os corintianos presentes e ausentes no estádio, espalhados pelos quatro cantos do Brasil, choravam. Uma humilhação. Uma perda. Diversos foram os sentimentos sentidos pelos que presenciaram o descenso de seu time. Enquanto isso as equipes rivais comemoravam. Zombavam. O Timão estaria ausente no campeonato do ano seguinte.

2008. A chapa Renovação e transparência, eleita no final de 2007, prepara-se para "renovar" o quadro de dirigentes do Timão e contratar atletas que renovem o elenco alvinegro. O que, inevitavelmente, levaria a demissão de vários jogadores que estiveram presentes na tragédia de 2007. Nomes como Betão e Vampeta, que tem suas imagens e histórias ligadas ao clube, são dispensados. Juntamente com o técnico Nelsinho Baptista, herói na conquista do primeiro título brasileiro da história do alvinegro paulista.

Vários jogadores foram contratados. Acosta, Herrera, William, Chicão, Diogo Rincon, André Santos e muitos outros que teriam a dura missão de fazer do Timão uma equipe razoavelmente competitiva. Pelo menos o suficiente para superar a série B.

O Paulistão encerrou-se melancolicamente. O Timão não alcançou as semifinais. Porém, voou longe na Copa do Brasil, chegando até a final contra o Sport Recife e acabou, contudo, sendo derrotado na arena pernambucana.


Na série B, tudo corria bem. O Timão vencia e no máximo empatava com seus adversários. A equipe mostrava entrosamento, garra, determinação e espírito aguerrido, marcas eternas do Corinthians. Algo que agradava a todos e deixava claro que não tardaria a volta do Timão a elite do futebol. Destaque seja feito a Dentinho, craque revelado no terrão, e esperança corintiana de dias melhores, além de André Santos, lateral esquerdo talentoso, habilidoso e com excelente visão de jogo, que muito comentou-se ser uma bela alternativa para a Seleção Brasileira, carente de um lateral esquerdo desde a aposentadoria de Roberto Carlos.


Do jogo contra o CRB na estréia da série B até a partida de encerramento contra o América de Natal, os corintianos vibraram, se angustiaram, e por fim, celebraram. Celebraram o retorno do Corinthians para o lugar da onde não deveria ter saído: a elite do futebol verde amarelo. Em 38 jogos pela série B, apenas 3 derrotas.

Da equipe titular e que foi rebaixada para a série B o único titular em campo era o goleiro Felipe, que a cada dia, cada jogo, cada instante, se torna um símbolo e um ídolo para a torcida. Torcida que, aliás, foi um show a parte. Realmente, uma torcida fiel, que nem nos piores momentos abandonou seu amor e a sua fé.
"Eu voltei/ Agora prá ficar/ Porque aqui/Aqui é o meu lugar......" A canção do rei Roberto Carlos embalou o retorno do Timão. Um retorno justo. Porém com uma diretoria indigna. Que realiza transações obscuras, possui diretores corruptos além de ter a liderança de um presidente atrelado a máfias do Leste europeu e pessoas ligadas ao jogo do bicho.
Porém, apesar disso, o Corinthians é maior do que tudo isso. Pois o Corinthians é o povo. E o povo é o Corinthians. Um povo que não desiste. Que sonha. E que de forma alguma perde a esperança. Só nos resta aprender com essa esperança. E acreditar em dias melhores no Parque São Jorge. E no futebol brasileiro como um todo.



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