quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O império do amor

Ficamos tristes. É da natureza humana a tristeza e, principalmente, o receio.

Tudo que se refere a hostilidade pura e gratuita nos leva a um descontentamento geral que nos inibe, desanima e desestimula. Nada é mais terrivel do que um ser humano desestimulado: nada lhe parece bom, nada lhe é desafiante e nada o faz se reerguer da situação

Nada.

Daí, não há outra saída: mudar de ambiente.

Mudanças de ares não acontece só no futebol. Em outros setores da vida social, a mudança de ares se faz necessária afim de trazer de volta a alegria, a empolgação e a motivação necessária para o seguimento da vida. Um casamento que se tornou monótono, sem açúcar e com nada de afeto, não tem outro futuro senão o seu encerramento com os seus membros querendo encontrar o que lhes é garantido na declaração dos direitos humanos: a busca da felicidade.

No caso de Wagner Love e Adriano, que hoje compoem o ataque rubro-negro apelidado de império do amor, a felicidade ressurgiu ao decidirem jogar no Flamengo.

Adriano, jogador consagrado, com títulos na Europa e também defendendo a Seleção brasileira, não vinha desempenhando o seu melhor à frente do ataque da Inter de Milão. Saída? Largou multas recisórias e tudo que tinha direito e voltou ao clube das suas origens e do seu coração.

Em 2009 desandou a marcar gols, ajudou o Mengo a levantar o seu sexto título nacional e, de quebra, voltou a ser convocado para a Seleção tendo boas chances de estar na lista dos convocados para o Mundial da África do Sul.

Ja Love, primeiramente, decidiu voltar ao clube que o projetou nacionalmente: o Palmeiras.
Ídolo na equipe paulista, graças a heróica campanha do campeonato brasileiro da Série B de 203, Love chegou com pose de ídolo e atitude de jogador decisivo.

Porém, no decorrer do Brasileirão 09, vimos o Palmeiras, candidato ao título, afundar de tal jeito, que acabou por ficar fora até da Taça Libertadores da América desse ano.

Love foi culpado, atacado, escurraçado e.... partiu!

Partiu em busca daquilo que poderia fazê-lo voltar a sorrir. E que lugar seria melhor se não o seu clube de coração?

O Flamengo o recebeu de braços abertos e hoje vemos o atacante do amor enlouquecendo as zagas adversárias com seus dribles, sua ginga e o seu singular faro de gol que parecia estar adormecido.

Somos baterias que andam. Baterias que precisam ser carregadas de emoções e desafios. Sem isso, a vida perde a graça, o futebol entra em desgraça e a carreira em nada consegue avançar.
E a carreira desses dois atletas, renascidos e fortalecidos, em muito ainda poderão alegrar as arquibancadas nacionais com suas habilidades.

O futebol nacional, orgulhoso, só agradece.

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